segunda-feira, 16 de julho de 2012

Os programas de governo que mantém Manaus de costa para o Brasil




Destrincho algumas plataformas políticas implementadas na capital do Amazonas nos últimos anos, e levantadas por alguns candidatos nessa eleição, para demonstrar qual nó tem desacelerado o desenvolvimento sócio-econômico-político-cultural da cidade e até ido no sentido contrário disso. O esforço que ora se faz é para retirar a tênue capa de verniz colocada pelo Partido da Imprensa Golpista (PIG) Baré diante dos olhos da população, para impedir que se veja a diferença entre os projetos em disputa nessa eleição.

Para além da jogada politiqueira do prefeito Amazonino Mendes de migrar para um partido da base aliada do governo federal, a linha executada por ele diverge por completo daquela trabalhada por Lula e agora Dilma. O atual prefeito retomou as diretrizes neoliberais que vigoraram na década de 1990 e há muito reprovada no país inteiro. A venda do patrimônio público por meio das privatizações voltou para agenda política da cidade com a privatização da Ponta Negra, com a aprovação da Lei que passa à iniciativa privada a administração de praças e feiras, o Zona Azul, que taxa em R$ 2,00 a hora os espaços utilizados para estacionamento no centro de Manaus, e outros.

A opção por privilegiar os interesses de mercado e não o interesse público ficou mais do que claro no trato ao transporte público. A renovação da frota do ônibus ocorreu à custa da retirada de direitos sociais. Cada ônibus novo que entrou na cidade custou muito caro para os cidadãos. O corte da meia passagem, o aumento vertiginoso da tarifa, o fim da domingueira e a diminuição acentuada da integração temporal alargaram exageradamente o lucro das empresas e possibilitou que suas margens de lucro continuassem confortáveis enquanto faziam os “investimentos”.

Além disso, o atual prefeito fechou os olhos para o momento que vive o país e não colocou sua administração para implementar nenhum programa significativo do governo federal. Todos os principais programas do governo Dilma realizado em Manaus tem no governo do estado o parceiro responsável pela sua realização. A construção de centenas de unidades habitacionais pelo Minha Casa, Minha Vida é um exemplo disso. Até agora, Dilma não fez a parceria que Manaus precisa para chegar mais investimentos na cidade por conta da falta de vontade política do prefeito. E, acima de tudo, pela discordância do projeto político dele com o objetivo de levar as classes populares à ascensão, como pretende a presidente e seu governo.

Dentro disso, pergunta-se: Qual seria a diferença com Arthur à frente? Exceto detalhes como o discurso mais popularesco do prefeito e o mais sofisticado do tucano e alguma outra coisa no que tange ao rótulo da gestão, arrisco a dizer que fundamentalmente nada. Como já abordamos nesse espaço, ambos são afinados ideologicamente quanto ao descaso com os serviços básicos e a transferência deles para a iniciativa privada. O compromisso com as demandas sociais e o respeito às representações da sociedade civil são quase nulo com ambos. Amazonino cortou a meia passagem levando os maiores soldados da guarda municipal para amedrontar estudantes na Câmara de vereadores. Arthur fez uma “reordenação” no Centro de Manaus baixando a porrada nos camelôs. E os dois repelem as ações do governo federal que tanto beneficiam Manaus e o Amazonas. Ou não foi isso que o ex-senador fez ao longo dos oito anos do seu mandato?

Portanto, o que está em jogo na eleição 2012 são projetos que farão com que a gestão municipal permaneça no sentido contrário a do Brasil ou que faça a cidade receber mais investimentos para resolver seus problemas estruturais e aumentar os benefícios da população.

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