domingo, 27 de março de 2011

Para quem se encanta com o sorriso do Obama...

Reproduzo artigo do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio de Moraes, que traduziu com clareza e exatidão o significado da vinda de Obama ao Brasil.


O pré-sal e o tsunami na geopolítica do petróleo

Uma nova ordem mundial começa a alterar a geopolítica do petróleo e, mais do que nunca, precisamos entender este processo e tratar o pré-sal como uma riqueza extremamente estratégica. O acidente nuclear no Japão, as mudanças políticas no Norte da África e no Oriente Médio e a visita de Barack Obama ao Brasil são fatos correlatos que colocam em alerta os movimentos sociais na defesa da nossa soberania energética.

O tsunami japonês varreu, pelo menos temporariamente, os planos de expansão nuclear de dezenas de países que apostam nesta fonte de energia como principal alternativa para reduzir a dependência de hidrocarbonetos (óleo e gás natural). A tendência é que estes recursos se tornem cada vez mais estratégicos para saciar a fome de energia do planeta. Hoje os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) são responsáveis por mais de 80% da matriz energética global. As estimativas da Agência Internacional de Energia são de que o consumo de petróleo continue aumentando em termos absolutos, ultrapassando nos próximos dez anos a marca de 100 milhões de barris por dia.

Em função disso, já estamos assistindo à corrida das principais nações em busca de novas fronteiras produtoras de petróleo e gás para garantir suas necessidades de abastecimento. Não por acaso, o Brasil foi o primeiro pouso de Barack Obama na América Latina. Por trás de sua "cordial” visita, estão intenções nada amistosas. Os Estados Unidos são o maior consumidor de petróleo do planeta (utilizam 25% da produção global) e também o mais vulnerável em meio à onda de revoltas que assola o Norte da África e o Oriente Médio, principal fonte abastecedora do país.

Em troca de petróleo, o império norte-americano tem apoiado e sustentado ditaduras e governos autoritários nestas regiões, intervindo militarmente sempre que seus interesses são ameaçados. É o que está acontecendo agora na Líbia, da mesma forma como aconteceu no Irã, no Iraque e no Afeganistão. Mas as movimentações de peças no tabuleiro de xadrez do mundo árabe levam os analistas políticos a acreditarem que uma nova coalizão de forças colocará em xeque a posição confortável que os Estados Unidos usufruíam no Oriente Médio até então.

Para que Washington diminua sua dependência da região, o Brasil é a bola da vez. Com o pré-sal, nosso país será uma das maiores reservas de petróleo do planeta e é de olho nesta riqueza que os Estados Unidos vêm tentando fechar acordos e parcerias com o governo brasileiro e a Petrobrás. A FUP e os movimentos sociais são contrários à tese de que o pré-sal deve fazer do Brasil um grande exportador de petróleo. Queremos que este estratégico recurso seja explorado de forma sustentável para desenvolver toda a sua cadeia produtiva. Desde a construção de navios e plataformas até a indústria petroquímica e plástica.

É desta forma que o país irá gerar emprego e renda e não exportando petróleo cru para abastecer países ricos, como os Estados Unidos, que durante décadas exploram e usufruem de recursos energéticos alheios para sustentar seus absurdos níveis de consumo. O pré-sal, como disse a presidenta Dilma, é o passaporte para que as gerações futuras tenham um país desenvolvido, com oportunidades para todos. Mas isso só será possível investindo na cadeia produtiva do petróleo aqui no Brasil, fomentando a indústria nacional, gerando emprego e renda para milhões de brasileiros.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Nota da UJS sobre violência policial contra à juventude

Reproduzo nota da UJS, da qual sou dirigente em âmbito nacional e estadual, sobre a violência policial contra um jovem de 14 anos.


PELA PUNIÇÃO À TORTURA POLICIAL PRATICADA CONTRA UM JOVEM DE 14 ANOS

A União da Juventude Socialista no Amazonas (UJS-AM) assistiu estarrecida e indignada o vídeo, divulgado pelo Portal A Crítica no dia (23), em que policiais militares torturam e atiram num menino de 14 anos. Acreditamos que se trata de mais uma atrocidade contra os direitos humanos praticado contra um jovem, fato que evidencia que barbaridades desse calibre ainda fazem parte das práticas do aparato policial no estado.

Num país que completa, esse ano, 26 anos de redemocratização não se pode admitir práticas que inibem as liberdades fundamentais do homem e ameaçam a vida humana. Sobretudo, vinda de servidores públicos que deveriam ter como perspectiva única o respeito aos cidadãos, sejam eles crianças, jovens, idosos, mulheres, etc. Ações como a que ora condenamos foi característica da Ditadura Militar, um passado sombrio da história do nosso país e do qual não temos saudade alguma.

Exigimos a apuração dos fatos, a prisão dos torturadores e a expulsão deles da Polícia Militar, já que a impunidade sobre crimes de tamanha proporção só estimula a reprodução cotidiana dessas barbaridades. É preciso que os policiais e a sociedade como um todo entenda que a Policia é instrumento de segurança do povo e não mecanismo desumano de afronta às pessoas; e que o trabalho pela segurança no estado não deve admitir atitudes que institucionalizem a violência. É fundamental nos insurgimos contra isso a fim de erradicar a violência policial no Amazonas.

O serviço que o poder público deve prestar à juventude é a universalização de políticas públicas que venham nos garantir pleno acesso à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho e à saúde, de modo que tenhamos condições de nos desenvolver em âmbito intelectual, moral, profissional e emocional para podermos contribuir com o progresso da sociedade e o desenvolvimento do estado e do país. O Estado que ainda não disponibiliza instrumentos para que os jovens se desenvolvam com eficácia não pode coibir supostas indeliquencias. E em qualquer cenário sócio-econômico, a maneira de frustrar a inserção da juventude na criminalidade é reeducando e apresentando alternativas que levem a uma vida digna.

Por tudo isso, a UJS exige toda a punição aos torturadores e o fortalecimento das Políticas Públicas de Juventude. A melhor forma do estado atender e servir os jovens amazonenses!

União da Juventude Socialista (UJS)

terça-feira, 15 de março de 2011

Internet como meio de proliferação de fins conservadores!

A internet e as ferramentas aqui disponibilizadas (blogs e redes sociais, por exemplo) foi se consolidando nos últimos anos como um grande instrumento para a diversificação de vozes na disfusão da informação e como novo instrumento de mobilização social. O Portal Vermelho,o site Carta Maior, Observatorio da Imprensa e as Revoltas no Oriente Médio ilustram isso. Porém, os setores que hegemonizam os meios de comunicação no Brasil também se inserem com eficiência aqui e periodicamente reinventam formas para expandirem-se na rede.

A recente notícia que divulga os super-salários pagos pela Câmara Municipal de Manaus (CMM) a quatro blogueiros chama atenção para um fenomeno que não é tão novo. Jornalistas com alguma tarimba no mercado, fruto de anos de dedicação, têm abandonado as redações e migrado para os blogs como forma de aumentar sua renda mensal, já que remuneração digna está longe de ser assegurada pelas empresas jornalística. Isso é legítimo. Nada contra.

O ponto a ser observado está no conteúdo propagado por esses blogueiros-jornalistas. Por ser meio de aumento de renda, os colegas ofertam-se a quem pode custeá-los.O que torna o conteúdo informacional em seus espaços virtuais uma repetição da formula liberal-conservadora disseminada na grande midia.

A principal novidade é a velocidade com que alguns personagens publicos deixam de ser tratados como viloes para se tornarem mocinhos e vice-versa. Algo que varia na proporcao em que novos acordos ($$) sao fechados.

Talvez seja por isso que, durante a disputa eleitoral, um certo blogueiro tenha dispensado um editorial para apresentar as qualidades do hoje derrotado Arthur Neto, sendo que semanas antes alertava para o avanco de Vanessa Grazziotin e ainda criticava os correligionarios do tucano que estavam o apunhalando nos comentarios e em outros sites.

Na prática, esses blogueiros apenas retiram a figura dos atravessadores (donos de emissoras de rádios e TVs) para tratarem diretamente com àqueles que historicamente financiam as grandes empresas. O conteúdo que produzem continua sendo tratado como nos locais onde eram empregados: relegado a segundo plano e modificado em funcao de quem banca!

P.S: releve alguns erros ortograficos. Meu teclado esta desconfigurado!

Dos Fantasmas ao Tacacá - Uma visão sobre o largo!


Queridos,

reproduzo realese sobre lançamento do livro de Antonio Carlos Junior, colega de turma da UFAM que não tem encontrado limites para a criatividade e novas iniciativas. É dessa juventude que falo...

Compareçam!

Homem que tem contato com mortos, historiador que vende tacacá, português que vende sanduíches de pernil... Estes são personagens aparentemente inusitados, mas presentes de um local tão marcante em Manaus: o Largo de São Sebastião. Eles estão presentes no livro “Dos fantasmas ao tacacá – uma visão sobre o Largo”, do ator, jornalista e roteirista Antonio Carlos Junior. O livro foi um dos contemplados do edital 2009 do Programa de Incentivo à Cultura, PAIC – realizada pela MANAUSCULT. O lançamento acontece no dia 18 de Março, na livraria Saraiva do Manauara Shopping, às 19:30h.

Segundo o autor, a idealização da obra começou 3 anos atrás.” A ideia do livro teve base quando fui selecionado pelo concurso Rumos Itaú Cultural, na categoria jornalismo cultural, em 2007. No ano seguinte passei 8 meses estudando jornalismo cultural com uma bolsa dada por eles. No final os 17 selecionados produziram uma reportagem de seu estado. Desse material resultou na minha monografia na faculdade e em seguida o livro”, argumenta Antonio.

“Dos fantasmas ao tacacá” é um livro-reportagem onde mostra, do ponto de vista de pessoas que vivem ou são identificadas com o Largo, um perfil cultural diferente. Visando o peculiar a obra faz diferentes visões sobre alguns pontos do local. O Teatro Amazonas se apresenta como um espaço não só como um resultado de Belle Epoque e o ciclo da borracha, mas a casa onde mitos e lendas de fantasmas contam estórias ( ou histórias!!) que se tornam vivos a partir da memória de Joaquim Caldas e Raimundo Nonato, representantes deste legado paranormal. A Praça de São Sebastião mantém este traço de passado/presente pelos historiadores Joaquim Melo e Otoni Mesquita. A história de vidas deles se mistura com a própria praça. A irreverência, a alegria e a descontração ficam por conta do boteco mais conhecido da cidade, “O bar do Armando”. De cerveja e carnaval, o português leva a vida na cadência e sanduiches de pernil, sua especialidade. Aliados a isto, personagens comuns que se tornam incomuns pela observação, como o caso do “homem da bengala”.

O livro segue uma linguagem rápida, dinâmica, concisa. Todas as entrevistas estão compostas em 80 páginas. Para o autor, segue uma nova tendência de mercado. “Vivemos numa época de internet, onde o modo de leitura se modificou. O livro segue esse novo pensamento onde a informação relevante se encaixa num ritmo de leitura mais flexível, agradável e rápida. Quem ler vai perceber bons casos sem tomar muito tempo”, relata Antonio.

Como material extra a obra dispõe dos relatos do jornalista José Castelo e Babi Borghese, que conduziram o autor durante os meses de estudo no Itaú Cultural, a reportagem “Silvino Santos – o pioneiro esquecido”, a qual foi selecionada no concurso e um acervo iconográfico do Largo com fotos do designer e fotografo Janssem Cardoso. Outros pontos de venda são nas livrarias Valer, Nacional e banca do Largo, ao preço de R$ 20,00 reais.

Jornalismo, televisão e cultura em família


Além do livro, Antonio lança outro projeto, este para televisão. “Start” é um programa de jogos eletrônicos que foca na relação do gênero com a cultura pop. Com previsão de estreia para Abril, no canal NET 21, tem como pretensão atingir jovens e adultos fãs de games. “No Start tem clipes, música, filmes de curta duração, além de análises de jogos e trailers. Mesmo quem não gosta de videogame vai querer assistir”, afirma o autor. E pra encerrar o evento a cantora Elisa Maia canta na sessão de autógrafo. A ex-vocalista da banda jhonny Jack mesclado vai mostrar um repertório com muito soul e MPB. Antonio e Elisa são primos. A proposta de unir música ao lançamento partiu da própria Elisa. “Conversamos no natal e a Elisa me passou a ideia de cantar. Achei a proposta muito lrgal! Ela tem um repertório e uma voz que casam perfeitamente com o que penso do evento. Vai ser algo bem artístico e em família”, explica Antonio.