quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

UEA resgata o Diretório Central dos Estudantes (DCE)



Ontem (20), a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) teve seu Diretório Central dos Estudantes (DCE) reconstruído depois de três anos sem atuação. Mais de 2.000 estudantes da capital e das unidades do interior do estado foram às urnas votar na chapa 10 “Transformar o Sonho em Realidade”, a única que submeteu inscrição durante o período aberto pela comissão eleitoral. A realização do Congresso de Estudantes da UEA e a ampliação do debate sobre a Cidade Universitária foram algumas das pautas defendidas pela chapa que estimularam os estudantes a participarem da eleição.

Com início às 9h, o processo eleitoral durou 12 horas e se estendeu até às 21h. Durante esse tempo, 2.028 estudantes compareceram nas urnas de votação distribuídas nas cinco unidades da capital (Escola Superior de Tecnologia, Ciências da Saúde, Artes e Turismo, Normal Superior e Ciências Sociais) e nas do interior do estado. Segundo os membros da comissão eleitoral, somente os votos da unidade de Tabatinga ainda não haviam sido apurados por conta da dificuldade de comunicação com os responsáveis pela eleição no município.

De acordo com o estudante de Geografia e presidente eleito, Janderson Texeira, o resultado das urnas reflete a inquietação dos estudantes da UEA. O fato de mais de 2.000 estudantes votarem demonstra a vontade deles em ter um DCE para representá-los efetivamente. Daqui para frente, vamos reconstruir essa entidade e, para isso, vamos fazer muita luta e debater bastante com os estudantes os problemas da universidade”, afirmou.

Um dos representantes da Comissão Eleitoral e estudante da Escola Superior de Tecnologia (EST), Arllen Lira, chamou atenção para os números do interior do estado. “Pouco mais de mil votos foram contabilizados no interior e isso é um dado importante. Representa mais da metade dos votos e é a mensagem de que os estudantes dessas unidades precisam de um DCE ativo porque lá os problemas são maiores e por isso sentem uma necessidade maior dos estudantes estarem organizados”, ponderou.
A participação ampla também pode ser conferida na composição da chapa. Estudantes de todas as unidades a compõem.

Calourada 2012

Se depender do entusiasmo dos estudantes eleitos para o DCE, os calouros do próximo ano serão bem recepcionados. Eles pretendem iniciar 2012 com a realização da calourada, que, segundo os líderes estudantis, será uma série de atividades científicas, sociais e culturais para receber os novos estudantes da universidade. Debates, seminários e a divulgação das campanhas desenvolvidas pelas entidades estudantis fazem parte do planejamento para a atividade.

De Manaus,
Anderson Bahia

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Liberdade de imprensa: para quem?

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho, extraído do Blog do Miro

Lançado faz apenas quatro dias, com 15 mil cópias, o livro A Privataria Tucana, do meu colega Amaury Ribeiro Jr., já é o mais vendido do país e está esgotado nas livrarias. O fenômeno editorial só não teve a oportunidade ainda de aparecer nas folhas da grande imprensa.

Como trata dos malfeitos do processo de privatização promovido pelo governo anterior, envolvendo com provas e documentos a fina flor do tucanato, até o momento em que comecei a escrever este texto, no final da tarde de segunda-feira, o livro foi solenemente ignorado.



O estrondoso silêncio contrasta com o barulho das denúncias contra ministros do governo atual, que repercutem imediatamente em todos os veículos, e passam semanas nas capas e manchetes.

Se o livro do Amaury não é bom e não prova nada, que se escreva isso com todas as letras. O que não dá é para fingir que o livro, resultado de mais de dez anos de pesquisas do repórter, não existe, é um fantasma criado pela blogosfera desvairada.

Meu amigo Nirlando Beirão, colega de trabalho aqui no R7 e no Jornal da Record News, já comentou o assunto em seu blog hoje ("Conheça o livro A privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.") e no telejornal com o Heródoto Barbeiro, na sexta-feira.

Volto ao tema apenas para fazer as perguntas aí do título, que já repeti mil vezes e ninguém me responde. É para isso que defendem a liberdade de imprensa com tanto fervor e chamam de censura qualquer tentativa de se regulamentar a área de comunicação social?

Trata-se do exemplo mais descarado de manipulação da informação e do tratamento seletivo das denúncias do "jornalismo investigativo" da velha imprensa.

Para quê e para quem, afinal, serve esta liberdade de imprensa pela qual todos nós lutamos durante os tempos da ditadura, que eles apoiaram, e hoje é propriedade privada de meia dúzia de barões da mídia que decidem o que devemos ou não saber?

As respostas, por favor, podem ser enviadas aqui para a área de comentários do Balaio.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Serra sondou editor para barrar o livro "Privataria Tucana"

Extraído do Blog do Miro

Por Leonardo Attuch, no sítio Brasil 247:

“A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, é um livro polêmico, escrito por um jornalista não menos polêmico, mas certamente competente no que faz. Ex-repórter especial da revista Istoé e do jornal O Globo, Amaury já faturou vários prêmios Esso, que foram celebrados por seus colegas e patrões. Na campanha presidencial de 2010, Amaury caiu em desgraça, acusado de tentar comprar dados de familiares de José Serra protegidos por sigilo fiscal. Neste fim de semana, o jornalista vive sua redenção pessoal. É ele o autor do maior fenômeno editorial brasileiro dos últimos anos. Um livro, que, embora boicotado pelos veículos tradicionais de comunicação, vendeu 15 mil exemplares em um dia, sendo disputado nas livrarias como pão quente.

Por trás desse sucesso, há o dedo de um editor não menos polêmico e também muito competente. É o jornalista Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, que tem estendido a mão a repórteres dispostos a contar boas histórias. Recentemente, ele emplacou grandes sucessos de cunho político, como “Memória das Trevas”, sobre Antônio Carlos Magalhães, vulgo Toninho Malvadeza, e “Honoráveis Bandidos”, sobre a família Sarney, escrito por nosso nobre colaborador Palmério Doria.

Emediato falou ao 247 sobre o desempenho comercial de “A privataria tucana”. E também revelou que o ex-governador paulista agiu para evitar a publicação.


Você esperava esse desempenho de um livro sobre privatizações que aconteceram há tanto tempo?

- Nunca vi nada igual. Foram 15 mil livros vendidos num único dia. É um fenômeno.

Como foi a estratégia de divulgação?

- Nós tínhamos receio de alguma ordem judicial que impedisse a distribuição. E não mandamos para nenhuma redação. Apenas o autor enviou um exemplar para a Carta Capital, mas todo o barulho foi feito na internet, inclusive por vocês que anteciparam o lançamento. O sucesso prova que há uma grande transformação na sociedade brasileira e revela a força da blogosfera.

A Geração já mandou rodar uma nova edição?

- Estamos imprimindo mais 15 mil. Subestimamos a demanda, mas o erro não foi só nosso. Algumas livrarias não estavam acreditando. Mas em uma semana o livro estará, de novo, em todos os pontos comerciais.

Você sofreu alguma pressão para não publicar o livro?

- Eu não diria pressão, mas há alguns dias fui procurado por uma pessoa que propôs uma conversa com o ex-governador José Serra.

Quem foi?

- Era o Antônio Ramalho, um sindicalista do PSDB que é vice-presidente da Força Sindical.

Você se sentiu intimidado?

- Não foi exatamente uma intimidação, até porque a abordagem do Ramalho, de quem sou amigo, foi muito elegante. Sentamos, tomamos um café, ele disse que o Serra queria conversar, eu disse que não e pagamos a conta. Num país democrático, quem se sentir incomodado tem o direito de me processar. Teve uma vez que o Guilherme Afif (vice-governador de São Paulo) veio me atacando aos berros, mas eu não dei muita bola.

Você espera muitos processos?

- Pode ser, mas os nossos advogados dizem que a chance de perdermos é muito pequena. O livro é muito bem documentado. E não há ataques pessoais. São fatos concretos.

Serra é tido como uma pessoa vingativa.

- Dizem que o Serra não tem adversários, tem inimigos. Eu acho até que já fui vítima dele, numa matéria da Veja, chamada “O lado negro da Força”, onde me enfiaram sem que eu tivesse nada a ver com aquilo. Mas não foi isso que me levou a publicar o livro. E eu, que me senti ofendido pela Veja, processei a revista. Acho que vou ganhar.

Com esses dados de vendas, o livro certamente entrará na lista de mais vendidos. Você acha que entra na Veja?

- Tem que entrar, se não vai ficar muito feio para eles. A velocidade de vendas da “Privataria Tucana” é superior à do “Honoráveis Bandidos”, que começou em quarto, subiu para terceiro, segundo e depois ficou várias semanas em primeiro. Se a Veja não colocar vai ficar feio, porque o livro certamente entrará na lista da Folha, do Estadão, da Época...

Como foi 2012 para a Geração Editorial?

- Foi nosso melhor ano. Éramos uma editora pequena, que faturava R$ 3 milhões/ano. Ainda somos pequenos, mas vamos chegar a uns R$ 7 milhões ano.

Qual é o papel deste livro no momento de “faxina ética”?

- Talvez seja um remédio contra a hipocrisia.

Confira o capítulo 11 de "Privataria Tucana", livro que expõe o que a mídia não quer

Quem ainda não adquiriu o livro "Privataria Tucana" tem a oportunidade de apreciar o capítulo 11 da obra, no qual o autor Amaury Ribeiro Junior apresenta documentos em que se comprova a contratação de empresa para fazer investigação ilícita de seus adversários políticos.

Acesse:

http://bloggeracaoeditorial.files.wordpress.com/2011/12/livro_privataria_final_cap111.pdf

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O conteúdo de “Privataria Tucana” é devastador , sobretudo para o ex-governador José Serra




Por Leandro Fortes, via Facebook, extraído do Blog Maria Frô


Nesta sexta-feira 9, assino a reportagem de capa de CartaCapital irá apresentar, em primeira mão, o conteúdo do livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Resultado de 12 anos de trabalho, o livro chegou a ser considerado uma lenda urbana quando as primeiras notícias sobre ele surgiram, em 2010, em plena campanha eleitoral. Um ano depois, a obra de Ribeiro Jr. chega às livrarias com um conteúdo devastador, sobretudo para o ex-governador José Serra, do PSDB, principal personagem das 343 páginas do livro. Nelas, o leitor irá se defrontar com um complexo sistema de maracutaias financeiras montadas, entre 1998 e 2002, para desviar dinheiro das privatizações levadas a cabo durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Também vai entender como funcionam os mecanismos de lavagem de dinheiro que permitiram aos envolvidos movimentar bilhões de reais em paraísos fiscais, à custa de negociatas e pagamentos milionários de propinas.

No livro, Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mais do que todos na obra de Amaury Ribeiro Jr. é o ex-diretor da área internacional do Bando do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização usados para pagar e receber subornos.

Em entrevista à CartaCapital, Ribeiro Jr. conta como apurou e produziu o livro que, mesmo antes de ser publicado, provocava arrepios e surtos de pânico entre os tucanos. Acusado de ter quebrado ilegalmente sigilos fiscais de celebridades tucanas, ele garante que foi vítima de uma armação montada por Serra para tentar neutralizar o conteúdo do livro. Todos os muitos documentos disponibilizados na obra, garante, foram obtidos legalmente. “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”, afirma Ribeiro Jr.

Aqui um trecho da reportagem: Carta Capital

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dinho & Nardélio: perdas irreparáveis

Escrito pelo Secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra. Extraído do Portal Vermelho


No dia 31 de maio um pistoleiro, a soldo de grileiros do sul do Amazonas, ceifou a vida do camarada Adelino Ramos, líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC) e popularmente conhecido como Dinho. O assassinato ocorreu na vila de Extrema, município de Porto Velho, Rondônia, onde Dinho tinha ido comercializar as hortaliças que produzia na gleba Curuquetê no município de Labrea, Amazonas. Sua família, para salvaguardar a própria vida, está sob a guarda do programa de proteção as testemunhas. Estão “presas”, sem passado, sem rosto e sem esperança, enquanto o marginal, devidamente instruído, espera comodamente um julgamento que não se sabe quando ocorrerá.

No dia 30 de novembro, também deste ano, um facínora assassinou com 3 tiros a queima roupa, no município de Humaitá, Amazonas, o camarada Nardélio Gomes, presidente da Associação de Produtores de Matupy, distrito de Manicoré, Amazonas, localizado na Transamazônica. O distrito de Matupy não tem qualquer ligação com a sede do município, o que fez com que Nardélio, na prática, funcionasse como uma espécie de “prefeito” daquela região. O pretexto formal para a sua execução teria sido por divergência de valores no pagamento de um parque de exposição agropecuária que o líder dos produtores de Matupy estava construindo, com o apoio da Secretaria de Estado da Produção Rural (SEPROR) naquela localidade. Parece estúpido demais para se aceitar tal versão. Sua família, igualmente, teve que evadir-se da área.

Os dois eram militantes do PCdoB, defensores ardorosos da causa popular, lutavam para levar paz e trabalho a uma região com rarefeita presença do estado nacional e por isso mesmo, como se chama por aqui, “terra sem lei”. Sabiam dos riscos e nunca se intimidaram. Morreram combatendo os grileiros, os pistoleiros e defendendo o uso racional dos recursos naturais. O mínimo que podemos fazer, alem de exemplar punição aos facínoras que lhes ceifaram as vidas, é continuar as suas lutas. Empunhar ainda com mais vigor a defesa da causa pela qual sacrificaram suas vidas, sem o que tudo o que fizeram terá sido inútil.

Mas uma coincidência incomoda: em ambos os casos esses assassinatos ocorreram após uma aparatosa operação dos órgãos de repressão do governo federal (polícia federal, IBAMA, polícia rodoviária federal), na qual foram feita apreensões de madeiras, motos, carros, etc.

Tão logo a operação cessou tanto Dinho quanto Nardélio foram associados como eventuais responsáveis pelo deslocamento desse aparato (o que jamais ocorreu) e, conseqüentemente pela repressão aos marginais que operam na área.

Tal situação demonstra que atos pontuais não resolvem, não inibe e sim estimula aos facínoras. É preciso, portanto, que o poder público ocupe de forma permanente o sul do amazonas, não com repressão, mas com ações econômicas duradouras que promova o crescimento e o desenvolvimento da região.

O poder público deve isso a esses heróis da fronteira, antes que outros tenham que pagar com a vida a ousadia de tentarem fazer o que o poder teima em não querer fazer. Meus camaradas Dinho e Nardélio vocês são exemplos de luta e honradez, que orgulham a todos que como eu, teve o privilégio de gozar do convívio e da amizade de vocês. Saudades de seu eterno camarada.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Depois de Adelino Ramos, latifundiários matam outro líder camponês do Amazonas




Ontem (30), outro líder camponês foi morto no sul do Amazonas. O companheiro Nardélio Delmiro Gomes (foto acima) foi executado a tiros no Distrito de Santo Antonio de Matupi. Assim como Adelino Ramos, o Dinho, assassinado em maio deste ano, Gomes pertencia aos quadros do PCdoB no Amazonas.

Inquieto defensor da melhoria da qualidade de vida do seu povo, conferi Nardélio discursar na Conferência Estadual do PCdoB-AM, no início de novembro, sobre a dificuldade da sua região. Na semana seguinte, o vi na Secretaria de Produção Rural depois de ter tido audiência com o títular da pasta, Eronn Bezerra. Simples e sereno, mas inquieto e firme na defesa de sua gente.

Infelizmente, é mais um camarada que tomba na luta pela terra e na defesa daqueles que a reivindicam para plantar e alimentar os seus. O exemplo de vida do companheiro que ora damos adeus fica e, com certeza, motivará tantos outros a levá-la adiante. E isso o capital não pode matar: a inquietude que aflora o coração de milhares e os levam a se insurgirem contra todas as condições adversas por não aceitarem qualquer outra coisa se não a oportunidade de viverem de forma digna e justa!

Que Deus tenha Nardélio num bom lugar, porque para nós que permanecemos qualquer lugar serve para continuar a trajetória que não começou e tão pouco se encerrá com ele!