terça-feira, 6 de março de 2012

Ficha Limpa: o possível início de um ótimo capítulo na política brasileira




O mês de fevereiro já se foi, mas marcará a política nacional por muito tempo. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada no dia 16, de validar a Lei da Ficha Limpa reafirma os indicativos mudancistas no Brasil, renova as esperanças de moralização da coisa pública e descortina um cenário de vasta renovação entre os atores que protagonizam o processo político no país.

Dentre tantos elementos positivos a ser extraído da Ficha Limpa, certamente o maior é o fato de ter dilatado o sentimento já presente na população de que prosseguimos a longa caminhada de transformação do Brasil. Se para chegar até aqui tivemos que comemorar uma década de governo progressista, agora fica expressa uma conquista que nasceu do povo e volta-se para ele, já que milhões de brasileiros e brasileiras subscreveram a Lei que joga por terra o cenário de impunidade que predominou durante tanto tempo. Ou seja, eleva-se a auto-estima com a política que vem sendo aplicada desde 2002, mas agora também se sorrir para o modus operandi do “fazer política” no Brasil, cujas distorções finalmente podem ter o fim que tanto se desejou.

A busca pelo zelo com a coisa pública passa a ser interpretada de outra forma. E quanto a isso, a lição que vem das ruas pode muito bem ser endereçada aos senhores de engenho da mídia nacional. Fica claro a partir daqui que é completamente desprezível o tribunal de inquisição montado por ataques jornalísticos para macular imagens e derrubar reputações, independente dos trâmites políticos e jurídicos. E principalmente quando as motivações para isso são meramente conservadoras e elitistas. A aprovação da chamada Lei da Ficha Limpa demonstra que a evolução qualitativa da política se faz por dentro das instituições públicas e que a ruptura com práticas nocivas dentro delas são feitas com pressão popular. Ao jornalismo cabe noticiar isso.

Além disso, abre-se uma grande possibilidade de renovação entre os líderes políticos de cada região. Só no Amazonas, caíram na malha da Ficha Limpa nada mais nada menos que 168 ex-prefeitos e 31 atuais prefeitos, segundo cálculos do Jornal Amazonas em Tempo. Esses não poderão disputar as futuras eleições. É sabido que muitos já passam a buscar filhos, sobrinhos, irmãos, etc., para projetá-los nos embates eleitorais a fim de garantir a manutenção de seus interesses nas esferas de poder, por outro lado, este cenário pode ser desbravado de outra maneira: com a renovação de grupos e agentes políticos em cada cidade desse Brasil, fazendo com que, além dos nomes, as práticas e as perspectivas políticas no nosso país venham ser renovadas também.

Fevereiro, portanto, abriu um novo capítulo na política brasileira. E é preciso que ele venha ser preenchido com a cara do povo e à maneira da juventude.

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