sexta-feira, 23 de setembro de 2011

UJS 27 Anos: Acender o Pavio



Sob o olhar desconfiado da ditadura militar, que definhava, jovens se reuniam na assembléia legislativa de São Paulo, liam um manifesto aprovado naquele encontro que dizia: “Somos jovens operários, camponeses, estudantes, artistas e intelectuais. Buscando o futuro e a liberdade, os direitos que nos são negados, a esperança banida, a vontade subjugada.” Nascia no dia 22 de Setembro de 1984, a União da Juventude socialista!

O ano é 1987, em Brasília são intensos os debates sobre a nova constituição do Brasil, alguns jovens militantes da UJS chegam com uma missão quase impossível, garantir o direito aos jovens de votarem a partir dos 16 anos! Depois de mais de duas décadas de ditadura militar, aprovar não só o voto direto para todo o povo, mas, que este voto se inicie aos 16 anos parecia impossível, porém, fazia jus a uma organização que nascera como diz a música para “sonhar mais um sonho impossível”.

Os deputados Hermes Zanetti (PMDB-RS) e Edimilson Valentim (PCdoB-RJ) apresentam a emenda do voto aos 16 anos. No dia 17 de Agosto de 1988 a emenda vai à votação no plenário da câmara, defendem a proposta Afonso Arinos (PSDB-RJ), Maurilio Ferreira (PMDB-PE) e Bernardo Cabral (PMDB-AM) que era o relator da constituinte. Contados os votos o presidente da câmara Ulisses Guimarães anuncia o resultado, por 316 a 99 votos é aprovada a emenda constitucional do voto aos 16 anos de idade! A UJS marca profundamente a história do país e da juventude. No ano de 1989 retiram o título de eleitor três milhões e duzentos mil jovens com menos de 18 anos!

Pelo Brasil

Com a intenção de iniciar o projeto neoliberal no Brasil e envolvido em denúncias de corrupção Fernando Collor seria o primeiro presidente a ser impeachmado na história recente mundial. Foi a UJS que tomou à dianteira e iniciou as mobilizações do “Fora Collor”.

A sociedade não acreditava ser possível derrubar o primeiro presidente eleito pelo voto direto. Também existiam aqueles que não acreditavam na juventude, no movimento estudantil, um deputado chegou a dizer em plenária na época que a UNE havia morrido, em resposta o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse que ele deveria tomar cuidado, pois, “se surpreenderia com a vitalidade do defunto”, três meses depois explodem grandes passeatas por todo país lideradas pela UNE e pela UBES. Lindberg Farias e Mauro Panzera, respectivamente presidentes da UNE e da UBES, eram dirigentes da UJS.

A volta dos caras pintadas treze anos depois

Depois de longos anos de muita resistência, a luta do povo brasileiro cria um feito dos mais belos de sua história, elege um nordestino, um ex-operário, da a ele o primeiro diploma de sua vida, o diploma de Presidente da República, o Brasil elege Luiz Inácio Lula da Silva.

Com uma economia em frangalhos é necessário erguer o projeto nacional de desenvolvimento, porém, este projeto não era e não é o projeto daqueles que sempre governaram, que a 500 anos saqueavam o país, a eleição de Lula era só um passo, muita luta seria e ainda é necessária para fazer valer um projeto de país avançado.

Em 2005 inicia-se uma grande ofensiva da direita com graves denúncias de corrupção. O que quero observar neste momento da história é a sagacidade política da União da Juventude Socialista, enquanto muitos se escondiam, choravam, pois, não acreditavam mais ser possível dar continuidade naquele momento ao projeto popular eleito em 2002, nós dissemos não! Eram 500 anos de história para que chegássemos até aquele momento, era preciso lutar, ocupar as ruas!

Foi assim que através do movimento estudantil propusemos a volta dos “caras pintadas”, mas, diferente de 1992, este movimento não viria para derrubar o presidente, pelo contrário, para garantir a continuidade de seu mandato. O Presidente da Câmara na época era o Dep. Aldo Rebelo (PCdoB-SP) afirmou que para derrubar o presidente teria de ser nas ruas. Todas as atenções estavam voltadas para aqueles meninos e meninas que estavam alojados no estádio Mané Garrincha e, que de la saiam todos os dias de manhã para mobilizar os estudantes de Brasília. A sociedade estava dividida.

No dia 16 de agosto de 2005 em Brasília e, por vários dias em todo o país a resposta a elite foi uma só, “Não passarão!” e, o mandato do presidente foi garantido. Mais uma vez a ousadia, a percepção aguçada daqueles e daquelas que lutam incansavelmente por um país melhor falou mais alto e, ajudamos juntos com várias outras organizações juvenis a transformar profundamente a nossa história.
O cheiro de pólvora no ar

O capitalismo enfrenta uma de suas maiores crises, o sistema financeiro está se dissolvendo. Até o momento tudo que Barack Obama fez foi salvar 22 bancos e demitir 25 milhões de trabalhadores, além de entrar em mais uma guerra invadindo a Líbia. Tem sido assim, aumento da miséria e da violência por todo o planeta.

O Brasil não é imune a esta crise, a presidenta Dilma deu boas respostas aos problemas econômicos, mas, ainda é muito pouco, chegará a hora em que não será mais possível sustentar este modelo econômico que de um lado garante uma certa distribuição de renda aos trabalhadores e de outro paga mais de cem bilhões aos banqueiros, lacaios ou, na linguagem do povo, verdadeiros agiotas! Uma hora esta corda arrebentará, e de que lado ela vai arrebentar é a grande questão!

Elevar a consciência do povo para esses problemas é a tarefa imediata e, faremos isso repetindo o que fizemos no mês passado, ocupando o Banco Central muitas outras vezes. Lutar pela reforma política é outra questão fundamental, é evidente que o congresso nacional vive uma crise institucional e, as passeatas contra a corrupção são uma resposta – embora tenham um alvo muito limitado – a esta crise institucional.

Taxar as grandes fortunas tem sido a tônica em todo o mundo e no Brasil é quase um pecado tocar neste tema, mas, não é pecado que os mais pobres paguem mais impostos como tem ocorrido, não é pecado que o Brasil consuma mais de 40% do seu PIB enchendo as burras da banca financeira!

Honrar a história de lutas da juventude é manter-se em permanente mobilização, A UJS existe para isso, para transformar a história de seu povo, para construir o socialismo. Há um cheiro de pólvora no ar e se isso é verdade, cabe a nós tentar acender este pavio!


Texto de Ismael Cardoso publicado originalmente no site da UJS

domingo, 18 de setembro de 2011

III Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas



Participei ontem (17), em São Paulo, na sede do Intervozes, da primeira reunião da comissão nacional organizadora do próximo Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Além das definições emergenciais, a reunião foi marcada pela qualidade do debate realizado em torno da pauta que nos unifica: a democratização dos meios de comunicação.

O time presente na ocasião não poderia sugerir outra coisa. Altamiro Borges, Conceição Oliveira (Maria Frô), Renato Rovai, Leandro Fortes, Rodrigo Vianna, a bancada bahiana, que vai sediar o evento do ano que vem, e vários outros nomes não menos qualificados também marcaram presença.

A discussão sobre o marco regulatório da comunicação foi definida como pauta central do próximo encontro. Segundo Miro, uma fonte do Ministério das Comunicações antecipou que até o final do ano o executivo federal apresentará sua proposta, o que trará uma grande efervescência para essa discussão. Outras sugestões para incrementar esse tema foram dadas, como, por exemplo, ligar a perseguição aos blogueiros e a necessidade da garantia da liberdade de expressão como fundamentos à luta pela aprovação de um marco regulatório que contemple as demandas da sociedade muito mais do que das empresas, como se tem até agora.

No tocante aos desdobramentos do encontro de Brasília, realizado em junho, formou-se uma comissão para encaminhar a criação da assessoria jurídica para atender os blogueiros progressistas vítimas de perseguição. Rodrigo Vianna, outro Rodrigo, da comissão estadual de São Paulo, Percival, da Anid, ficarão responsáveis por construir o formato de assessoria jurídica a ser aprovada no próximo encontro. Eles iniciam os debates tendo o modelo de cooperativa como ponto de partida.

Além das especulações para requintar o próximo BlogProg, a reunião definiu que a atividade será realizada no último fim de semana de maio, entre os dias 25 e 27 de maio. A orientação para os estados é que se realize vários encontros sub-regionais, ao invés de uma única etapa estadual, e que as representações regionais estimule a construção de encontros nos estados onde não ocorreram no último período.

sábado, 10 de setembro de 2011

Crise e luta de classes no interior das potências capitalistas

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 33 países capitalistas considerados mais desenvolvidos, foi forçada a reavaliar para baixo suas perspectivas para a economia mundial. O pessimismo está associado ao comportamento das economias das potências capitalistas agrupadas no G7 (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), onde crescem os sinais de paralisia e a possibilidade de recaída na recessão.

A esta altura, os otimistas apostam numa recuperação mais lenta. A ideia de uma forte retomada, que caracteriza as saídas das crises cíclicas convencionais, foi cogitada a partir do segundo semestre de 2009, mas hoje parece definitivamente descartada. Não restam dúvidas de que estamos diante da mais grave crise do capitalismo pelo menos desde a Grande Depressão deflagrada pelo crash da bolsa de Nova York em 1929, que se arrastou pelos anos 1930 e desembocou na 2ª Guerra Mundial.

Mas é fundamental notar a convergência da crise econômica com o processo histórico mais amplo de desenvolvimento desigual das nações, pois embora global (a mais global de todas as épocas) a turbulência não afeta a todos com igual intensidade. É também desigual em suas manifestações concretas e as diferenças, ao contrário do que ocorreu na Grande Depressão, reforçam o sentido geral do desenvolvimento desigual, conferido pela decadência dos Estados Unidos e ascensão da China e pelo deslocamento do poderio econômico do chamado Ocidente para o Oriente e as potências emergentes.

O economista chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, reconhece esta particularidade quando salienta que a tendência à estagnação é visível no G7, que já foi o grupo dos mais ricos (não é mais), ao passo que nos chamados emergentes a tendência é oposta (de crescimento intenso), sendo ofuscada, porém, pelos impactos da crise mundial.

De acordo com a “Avaliação econômica” da OCDE, divulgada quinta-feira (8), as taxas de investimentos nas potências capitalistas estão abaixo das médias históricas. Daí a paralisia. Estima-se para o G7, com a exceção do Japão, um crescimento médio inferior a 1% no segundo semestre de 2011. Em contrapartida, a China deve encerrar o ano com uma expansão superior a 9%, a Índia em torno de 8%, Brasil e Rússia entre 3,5% a 4%.

Não é demais recordar que a atual crise começou com a recessão nos EUA, iniciada no final de 2007. Os governos capitalistas reagiram com uma intervenção inédita sobre as economias de mercado. O recurso à mão forte do Estado foi interpretado apressada e erroneamente como o fim do neoliberalismo.

Governos e bancos centrais derramaram trilhões de dólares e euros na economia mundial, buscando em primeiro lugar o resgate do sistema financeiro, numa ação desesperada que se revelou impotente diante da crise. E o que é pior: os limites dos déficits e dívidas públicas explodiram e as potências capitalistas, bem como algumas nações mais débeis e dependentes (como Grécia e Portugal, entre outros), estão hoje às voltas com alarmantes crises fiscais.

Sob a pressão das dívidas e da concorrência asiática, os governos europeus, a soldo do capital, ressuscitaram as receitas neoliberais e velhos fantasmas de Bretton Woods (como o FMI) para empreender uma ofensiva contra a classe trabalhadora provavelmente sem paralelo histórico. Cortam empregos, cortam salários, cortam direitos, a pretexto de exorcizar desequilíbrios e alcançar a estabilidade fiscal, mas com o real propósito de salvaguardar os lucros escandalosos e indecentes dos bancos, cortar custos trabalhistas e aumentar a competitividade de suas empresas num ambiente de mercados deprimidos e acirrada concorrência internacional.

A crise, desde suas remotas origens (no final dos anos 1970), está diretamente associada à luta de classes, conforme notou o economista Gonzaga Belluzzo em recente debate na sede nacional do PCdoB. Não se deve esperar uma solução progressista para os infortúnios que acompanham os impasses do capitalismo por parte dos Estados burgueses. Esta só poderá provir da luta de classes e, nesta, pelas mãos da classe trabalhadora. A saída da oligarquia financeira, conforme se vê, significa mais crise para os povos e nações e ameaças crescentes de protecionismo e guerra.

No curso deste processo crítico, subordinado à lei do desenvolvimento desigual das nações, vai se firmando igualmente a necessidade objetiva de uma nova ordem internacional, incluindo novas instituições e uma nova moeda. Diante da crise do capital, é preciso que se diga em alto e bom som que a solução passa por mais valorização do trabalho, fortalecimento do mercado interno e novos projetos de desenvolvimento que apontem na direção de um sistema social mais avançado: o socialismo é a solução definitiva para as crises.


Fonte: Editorial do Portal Vermelho de 8 de setembro

domingo, 4 de setembro de 2011

Gilberto Carvalho: “mídia séria” não tem por que temer regulação

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu neste sábado (3) ao chegar ao Congresso do PT, em Brasília, o projeto de regulação da mídia, e afirmou que os veículos de comunicação que trabalham com seriedade não têm motivos para temer o assunto.

“O projeto de regulamentação da mídia é um debate que o Brasil tem que enfrentar. Não acho pertinente confundir regulamentação com censura. Acho muito estranho, porque isso pode fazer bem para a mídia séria”, afirmou Carvalho, segundo informações do jornal O Globo.

Ele indicou ainda que não há motivos para que se taxe de autoritário qualquer momento dos governos Lula e Dilma. Alguns colunistas de veículos da velha mídia consideram se tratar de censura o projeto que tenta impor limites à concentração dos veículos de comunicação, debatendo o destino das frequências de rádio e de TV. Como são concessões públicas, o projeto poderia impor o cumprimento de certos critérios educativos e sociais para as programações apresentadas pelos concessionários, o que está previsto na Constituição, mas ainda não foi objeto de regulação do Congresso. “Poucos governos foram tão execrados como os nossos. O projeto que está no Ministério das Comunicações não vai nessa linha. Acho um certo oportunismo isso.”

No ano passado, o então ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, iniciou um amplo debate sobre a regulação da comunicação, e deixou pronto um projeto que foi encaminhado a Dilma Rousseff. A presidenta decidiu transferir o debate para o Ministério das Comunicações, e a expectativa inicial era de que uma posição definitiva seria apresentada até o final do primeiro ano de mandato.

Fonte: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

UNE reúne 12 mil pessoas nas ruas de Brasilia em passeata histórica



Na manhã da última quarta-feira (dia 31 de agosto) as ruas de Brasília foram tomadas por 12 mil estudantes do Brasil todo em uma manifestação histórica, considerada uma das maiores dos últimos anos. A líder estudantil chilena presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Camila Vallejo e representantes do movimento estudantil chileno participaram, assim como lideranças do movimento estudantil brasileiro e dos movimentos sociais.

Os estudantes coloriram os concretos de Brasília reivindicaram a destinação de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para educação e lançaram a Jornada Continental de lutas da juventude latino americana.

A concentração começou por volta das 9h da manhã, em frente ao Banco Central . “Bom dia estudantada! Não vamos descansar enquanto a educação de qualidade não for uma realidade no país!”, saudou o presidente da UNE, Daniel Iliescu, convocando para a grande Marcha dos Estudantes.

Antes de iniciarem a passeata, os estudantes fizeram um ato simbólico contra a alta dos juros e Daniel e Camila lavaram com água e sabão a rampa da entrada do prédio da instituição. O senador Inácio Arruda esteve presente e demonstrou o seu apoio: “Estamos aqui lutando para que o BC baixe essa taxa imoral de juros”, afirmou.

“Como podemos pensar em aumentar os juros e não aumentar os investimentos em educação? Vamos limpar essa sujeira. Hoje estamos aqui por 10% do PIB para educação. Se isso ainda não acontece, o nosso lugar é aqui, nas ruas!”, disse a Vice presidente da UNE, Clarissa Cunha.

“Chile amigo, Brasil esta contigo”

Homenageando a força e a presença feminina na luta política por melhorias na educação, a manifestação contou com a liderança estudantil Camila Vallejo, que há cerca de quatro meses é foco dos holofotes da imprensa mundial e da sociedade chilena por conta da grande mobilização que têm feito em seu país contra a mercantilização da educação. “Quando a América Latina se une, nós ganhamos muita força. Por isso estou aqui, para apoiar a luta de todos os estudantes do continente”.

No último dia 26 de agosto, o presidente da UNE, Daniel Iliescu, esteve no Chile para apoiar a luta dos estudantes chilenos e demonstrar e o apoio incondicional da UNE à sua causa. Na mesma data, dia 26, um estudante de 16 anos foi morto pela polícia durante um protesto em Santiago.

A vinda de Camila ao Brasil ressalta esse apoio. Durante o dia, a militante foi recebida pela deputada Manuela D´Ávila em uma audiência na Comissão de Direitos Humanos, onde denunciou a repressão do governo de seu país e participou de uma audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, que se comprometeu em criar uma comissão externa de parlamentares brasileiros para acompanhar a situação no Chile.

Estudantes lavam a alma

Por cerca de duas horas, os estudantes marcharam com vigor e coloriram as ruas de Brasília, rumo ao cartão postal da cidade, a Esplanada dos Ministérios, onde parlamentares discursaram apoiando a luta dos estudantes e as mobilizações que aconteceram em todo o país durante o Mês de agosto, apelidado pelos estudantes de Agosto Verde e Amarelo. “O Brasil tem que ser verde e amarelo para que a juventude seja livre, com vagas nas universidades públicas e com bons salários para os professores. Vocês sabem que educação liberta o povo e é o principal direito da juventude”, bradou a deputada Manuela D´Ávila.

Lideranças do MST, a ANPG, a UBES, UMES, CNTE, Força Sindical, assim como outros parlamentares também estiveram presentes apoiando a manifestação e a luta dos estudantes. O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, reafirmou seu compromisso em brigar por um PNE justo e de apoiar as bandeiras de luta da UNE. A Senadora Vanessa Grazziotin finalizou os discursos da manifestação declarando apoio à luta por 50% do fundo social do Pré-sal e 10% do PIB para educação. “A juventude faz a história de uma nação. Vamos à luta! Essa luta é nossa!”.

A comemoração aconteceu com um mergulho no Espelho no d´água do Congresso Nacional. O dia foi coroado no final da tarde, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou o corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic e os estudantes brasileiros luderam lavar a alma somente.

Justiça pune agressão a professor da UFAM

Os professores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) receberam ontem (31), do Ministério Publico Federal (MPF), uma decisão que aguardavam desde 2009. O órgão multou Amin Abdel Aziz Neto em R$ 15 mil por ter agredido o professor de Comunicação Social da UFAM Gilson Monteiro. O que representa a decisão do MPE para a universidade e para a sociedade?

Ganham, em primeiro lugar, os docentes da universidade. Profissionais qualificados e com a responsabilidade de formar quadros técnicos para servir com excelência o estado, os professores precisam ter resguardados o exercício da criticidade. Afinal, é a partir de pensar e repensar o contexto que estamos inseridos que se inicia o papel da educação em todos os níveis. Por esse viés, a multa ao agressor pode ser entendida como forma de defender a própria educação.

Em segundo, vence o estado democrático de direito, que demanda a liberdade de expressão para existir. O exercício da opinião e, principalmente, a diversidade que surgem delas são fundamentais para apreendermos a realidade e apontarmos, coletivamente, o melhor caminho para a cidade, o estado, o país e o mundo que estamos.

Por outro lado, a docência e a emissão de juízos de valores também estão permeados por limites que precisam ser observados. Uma acusação ou hipóteses delas carecem de fundamentação para ser feitas, do contrário, o emissor é quem comete crime, já que presunção de inocência também faz parte dos dispositivos constitucionais. Não se sabe se isso foi feito pelo professor, o que em nada diminui o crime contra a docência na UFAM.

Por fim, fica a lição da universidade para a política, dada pela justiça: os limites estão estabelecidos, inclusive para os que estão sob a sombra do poder!