quarta-feira, 29 de junho de 2011

AI-5 Digital pode ser aprovado para acabar com a liberdade na internet

Reproduzo abaixo, texto que convoca manifestação contra o projeto de autoria do tucano Eduardo Azeredo, que pretende inibir a liberdade na internet ao criminalizar práticas já consolidadas no cotidiano de todos que usam a rede.


"A Internet é uma rede de comunicação aberta e livre. Nela, podemos criar conteúdos, formatos e tecnologias sem a necessidade de autorização de nenhum governo ou corporação. A Internet democratizou o acesso a informação e tem assegurado práticas colaborativas extremamente importantes para a diversidade cultural. A Internet é a maior expressão da era da informação.

A Internet reduziu as barreiras de entrada para se comunicar, para se disseminar mensagens. E isto incomoda grandes grupos econômicos e de intermediários da cultura. Por isso, se juntam para retirar da Internet as possibilidades de livre criação e de compartilhamento de bens culturais de de conhecimento.

Um projeto de lei do governo conservador de Sarkozi tentou bloquear as redes P2P na França e tornar suspeitos de prática criminosa todos os seus usuários. O projeto foi derrotado.

No Brasil, um projeto substitutivo sobre crimes na Internet aprovado e defendido pelo Senador Azeredo está para ser votado na Câmara de Deputados. Seu objetivo é criminalizar práticas cotidianas na Internet, tornar suspeitas as redes P2P, impedir a existência de redes abertas, reforçar o DRM que impedirá o livre uso de aparelhos digitais. Entre outros absurdos, o projeto quer transformar os provedores de acesso em uma espécie de polícia privada. O projeto coloca em risco a privacida de dos internautas e, se aprovado, elevará o já elavado custo de comunicação no Brasil."


Extraído do blog www.samadeu.blogspot.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Manaus está fora da curva", diz MiniCom sobre a internet

Entre os dias 17 e 19 de junho, participei, em Brasília, do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Em meio aos debates e à construção de novas amizades, conheci um pernambucano muito gente boa: Percival. Além de suas qualidades pessoais, é presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid) e conselheiro do Conselho Gestor de Internet (CGI).

Como militante da universalização da internet e privilegiado por circular entre as informações de última hora sobre o assunto, Percival caminha com frequencia no Ministério das Comunicações. Tem acesso do ministro aos zeladores. E num desses trânsitos, arrancou, sem querer, uma informação extremamente danosa para nós da capital do Amazonas.

Interessado em trazer seus serviços para o norte do Brasil, ouviu de uma figura do alto escalão do MiniCom que Manaus está fora da curva no que tange à internet. Para entender melhor: o ministério fez um traçado no mapa do Brasil e as cidades que estão dentro dele receberão prioridade na melhoria e na estruturação desse serviço. Já os demais, como nós, estamos ferrados. Essa que é a palavra.

Além dessa informação de bastidores, o ministério já deixou claro para todos o que meu camarada pernambucano ouviu sozinho. Na definição das 100 primeiras cidades que receberiam a apliacação do Plano Nacional de Banda Larga, Manaus ficou fora. A desculpa era de que não havia condições estruturais para a inclusão. Resolvida a pendência - quando o titular da pasta Paulo Bernardo esteve aqui para inaugurar o cabo de fibra ótica vindo da Venezuela -, continuamos do mesmo jeito.

Tudo isso só fundamenta a luta que iniciamos no estado com o I Encontro Estadual de Ativistas Digitais: lutar por internet de qualidade, universalizada e implementada em regime público. Ainda que a banda larga seja massificada, isso não significa que seremos conemplados. O governo pode optar por fazer isso apenas nos grandes centros consumidores e adjacências.

Seremos sub-sede da Copa 2014, a capital do nosso estado é o sexto maior PIB do país. Está na hora de lutarmos para recebermos tratamento que corresponda à relevância da região. Nossa bancada federal precisa arregaçar as mangas para isso, porque somente a senadora Vanessa Grazziotin não dará conta!

domingo, 26 de junho de 2011

Código Florestal e as ONG's internacionais II

Por que não tem ONG’s no Nordeste seco?
Vítimas da seca
Quantos? 10 milhões
Sujeitos à fome? Sim
Passam sede? Sim
Subnutrição? Sim
ONGs estrangeiras ajudando: Nenhuma

Índios da Amazônia
Quantos? 230 mil
Sujeitos à fome? Não
Passam sede? Não
Subnutrição? Não
ONGs estrangeiras ajudando: 350

Provável explicação: A Amazônia tem ouro, nióbio, petróleo, as maiores jazidas de manganês e ferro do mundo, diamante, esmeraldas, rubis, cobre, zinco, prata, a maior biodiversidade do planeta (o que pode gerar grandes lucros aos laboratórios estrangeiros) e outras inúmeras riquezas que somam 14 trilhões de dólares.
O nordeste não tem tanta riqueza, por isso lá não há ONGs estrangeiras ajudando os famintos.

Tente entender: Há mais ONGs estrangeiras indigenistas e ambientalistas na Amazônia brasileira do que em todo o continente africano, que sofre com a fome, a sede, as guerras civis, as epidemias de AIDS e Ebola, os massacres e as minas terrestres.
Agora, uma pergunta: Você não acha isso, no mínimo, muito suspeito? É uma reflexão interessante.

Obs: Extraído do site www.pitocadearroz.net

Código Florestal e as ONG's internacionais

O relatório da CPI das ONG’s, de 2002, embasa uma afirmação que tem sido frequentemente usada durante o debate sobre a revisão do Código Florestal: a presença acentuada de Ong’s internacionais na Amazônia.


3.4.4 Preferência pela Amazônia

A Região Amazônica é especialmente sensível a todas essas contradições,
conflitos e dificuldades. Lá, a frágil presença do Estado torna ainda mais grave
a questão da falta de controle sobre as ONGs. Na Região Norte, como é
natural, é muito forte a ideologia desenvolvimentista, pelo descompasso que
há entre sua situação e a de regiões mais prósperas do País, e diante da
consciência dos enormes potenciais e riquezas que encerra a Amazônia. É
viva, também, na Região, a percepção de sua importância estratégica e das
questões que envolvem segurança e soberania nacionais.

Ora, as ONGs irrompem nesse caldo de cultura munidas de um arsenal
ideológico totalmente conflitante com as aspirações das populações locais.
As ONGs querem maximizar, não o desenvolvimento econômico-social
sustentável, mas as áreas de proteção indígenas e ambientais. Como filhas
ideológicas do pós-moderno dos países ricos, que implica o enfraquecimento
do Estado e das soberanias nacionais, são insensíveis ao sentimento
patriótico e trazem, mesmo, consigo, o germe das teses de
internacionalização da Amazônia Brasileira.

Acresça-se a esses fatores a especial preferência de ONGs estrangeiras em
atuarem na Amazônia e o fato de que é difícil, em seu caso, talvez ainda mais
do que no das ONGs brasileiras, a precisa identificação de seus reais
interesses e de suas fontes financiadoras.

Código Florestal: o furo que a mídia não deu

O debate sobre a revisão do Código Florestal reacendeu a chama dos grandes debates políticos no Brasil. Afora a despolitização que tem precipitado posicionamentos tão rápidos quanto infundados - característica predominante na geração Google -, o assunto retoma polêmicas e disputas entre setores antagônicos na sociedade.

E para manter a tradição, a grande mídia entrou no assunto com opinião evidente. Durante o período em que as discussões se acirraram na Câmara dos Deputados, um especial sobre o meio ambiente foi exibido na Globo e outras emissoras tiveram iniciativas semelhantes. Crimes ambientais, desmatamentos e afins predominaram enquanto conteúdo. Tudo montadinho para gerar um certo receio na população e jogá-la de contra ao novo Código.

Mas como em todo jogo, os times em disputas têm suas surpresas guardadas na manga. Angustiado pela onda de ataques da grande mídia e pseudo-ambientalistas, o relator das alterações do Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), perdeu a calma que lhe é habitual e disparou contra Marina Silva. Denunciou o envolvimento do marido da ex-ministra com o contrabando de madeira em discurso aplaudidíssimo na Câmara.

Apesar da gravidade da denúncia, nada foi apurado pelo jornalismo das grandes emissoras de TV. Nem mesmo a qualidade de quem a emitiu - Aldo era líder do governo à época - gerou a inquietação necessária para um trabalho de campo.

Quais as razões do silêncio? Seria porquê, uma vez comprovada, a acusação desqualificaria as argumentações de Marina Silva, a campanha midiática da grande imprensa e de quebra ferraria as ONG's internacionais?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Solidariedade a Cuba e cerco midiático

Por Altamiro Borges

Durante toda esta semana, em várias partes do país, ocorre a 19º Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. As atividades são organizadas por vários partidos, centrais sindicais, entidades estudantis e movimentos sociais. Incluem debates, exibições de filmes, shows e lançamentos de livros que marcam os 40 anos da vitória do povo cubano contra a intervenção terrorista dos EUA em Playa Girón.

Apesar da intensa jornada e da presença de especialistas cubanos em vários temas, a mídia colonizada nada fala sobre a convenção de solidariedade. Ela não existe na cobertura das emissoras de televisão e é motivo apenas de notinhas preconceituosas nos jornalões. O ódio da mídia à revolução cubana, que reflete o pensamento imperial dos EUA, confirma a total parcialidade da velha imprensa brasileira.

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Parintins que o mundo e o Brasil não conhecem

Por conta da chega de mais um Festival Folclórico de Parintins, apresento, com as devidas alterações por conta do novo contexto, o texto editado do original de título “Parintins para além do Boi Bumbá”, que escrevi ano passado.


Quem vai na ilha tupinambarana após o mês de junho se depara com uma cidade atípica. Parintins conserva fortes traços das cidades do interior do Amazonas com alguns benefícios adquiridos certamente pela visibilidade mundial que ganhou com o espetáculo do Boi.

O município do Caprichoso e do Garantido é, depois de Manaus, o que mais oferece vagas no ensino superior. Lá estão campis da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e do Instituto Federal do Amazonas (IFAM). Até mestrado já tem. Isso a torna município pólo da região do Baixo Amazonas. Para lá se dirigem, anualmente, dezenas de jovens de municípios adjacentes a fim de ingressarem na universidade.

A efervescência de idéias também é um diferencial. Na praça em frente ao bumbódromo, local onde se apresentam as duas agremiações folclóricas, é possível encontrar bancas com venda de livros e revistas. Até livrarias são encontradas em outros pontos da cidade. Na UFAM, existem jovens que lêem, escrevem e falam de haicai. Comparado a municípios próximos, que não consomem nem tira de papel com mensagens bíblicas, isso é espetacular. Em plena selva amazônica, então, nem se fala!

Em 2009, Parintins recebeu o Flifloresta, festival de literatura promovido por uma livraria do estado que leva renomados autores nacional e internacional para discutirem assuntos diversos, lançarem livros, etc. A quantidade de pessoas que participaram das atividades durante o evento e as que qualificaram as discussões surpreenderam os organizadores.

Mas nem só de leituras despretensiosas vivem os parintinenses. Dos 61 municípios do interior do estado, lá é onde as organizações da sociedade civil atuam com mais freqüência. Embora isso ainda não tenha sido suficiente para superar defasagens básicas, as precariedades são enfrentadas com manifestações, jornais populares e enfrentamento social.

Nessa maquete da capital, entretanto, é facilmente perceptível a carência do homem amazônico. A engenhosidade do Boi Bumbá e a forte abstração já presente em centenas de habitantes locais contrastam com a ausência de elementos mínimos para a sobrevivência.

Em vários bairros, multiplicam-se residências de um só compartimento. Muitas casas são de madeiras fincadas em chão de bairro sem preparo algum para aplanar o terreno. A geração de empregos ainda se dá majoritariamente pela prefeitura, que se utiliza disso para frustrar maiores questionamentos públicos.

Os milhares de reais que aportam na cidade por conta da festa dos bois são desconhecidos pela grande maioria da população. Ao povo o saldo que fica é a prostituição de suas crianças, jovens e adolescentes. Bastante fortalecida nos dias do festival. Rotas do tráfico de drogas são consolidadas e novas se criam nesse período do ano. E cresce também o desespero dos profissionais da saúde, que contemplam o aumento de suas demandas sem ter muito o que fazer.

Nesse município, que tem um membro do PSDB à frente da prefeitura e que faz campanha aberta a Arthur Virgilio, cabe uma intervenção pública séria para reverter a realidade local, que nem de longe gera a alegria provocada pela festa dos bois.

Carta do II BlogProg

Desde o I Encontro Nacional dos Blogueir@s Progressistas, em agosto de 2010, em São Paulo, nosso movimento aumentou a sua capacidade de interferência na luta pela democratização da comunicação, e se tornou protagonista da disseminação de informação crítica ao oligopólio midiático.

Ao mesmo tempo, a blogosfera consolidou-se como um espaço fundamental no cenário político brasileiro. É a blogosfera que tem garantido de fato maior pluralidade e diversidade informativas. Tem sido o contraponto às manipulações dos grupos tradicionais de comunicação, cujos interesses são contrários a liberdade de expressão no país.

Este movimento inovador reúne ativistas digitais e atua em rede, de forma horizontal e democrática, num esforço permanente de construir a unidade na diversidade, sem hierarquias ou centralismo.

Na preparação do II Encontro Nacional, isso ficou evidenciado com a realização de 14 encontros estaduais, que mobilizaram aproximadamente 1.800 ativistas digitais, e serviram para identificar os nossos pontos de unidade e para apontar as nossas próximas batalhas.

O que nos une é a democratização da comunicação no país. Isso somente acontecerá a partir de intensa e eficaz mobilização da sociedade brasileira, que não ocorrerá exclusivamente por conta dos governos ou do Congresso Nacional.

Para o nosso movimento, democratizar a comunicação no Brasil significa, entre outras coisas:

a) Aprovar um novo Marco Regulatório dos meios de comunicação. No governo Lula, o então ministro Franklin Martins preparou um projeto que até o momento não foi tornado público. Nosso movimento exige a divulgação imediata desse documento, para que ele possa ser apreciado e debatido pela sociedade. Defendemos, entre outros pontos, que esse marco regulatório contemple o fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação privados no Brasil.

b) Aprovar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) que atenda ao interesse público, com internet de alta velocidade para todos os brasileiros. Nos últimos tempos, o governo tem-se mostrado hesitante e tem dado sinais de que pode ceder às pressões dos grandes grupos empresariais de telecomunicações, fragilizando o papel que a Telebrás deveria ter no processo. Manifestamos, ainda, nosso apoio à PEC da Banda Larga que tramita no Congresso Nacional (propõe que se inclua, na Constituição, o acesso à internet de alta velocidade entre os direitos fundamentais do cidadão).

c) Ser contra qualquer tipo de censura ou restrição à internet. No Legislativo, continua em tramitação o projeto do senador tucano Eduardo Azeredo de controle e vigilância sobre a internet – batizado de AI-5 Digital. Ao mesmo tempo, governantes e monopólios de comunicação intensificam a perseguição aos blogueiros em várias partes do país, num processo crescente de censura pela via judicial. A blogosfera progressista repudia essas ações autoritárias. Exige a total neutralidade da rede e lança uma campanha nacional de solidariedade aos blogueiros perseguidos e censurados, estabelecendo como meta a criação de um “Fundo de Apoio Jurídico e Político” aos que forem atacados.

d) Lutar pelo encaminhamento imediato do Marco Civil da Internet, pelo poder executivo, ao Congresso Nacional.

e) Fortalecer o movimento da blogosfera progressista, garantindo o seu caráter plural e democrático. Com o objetivo de descentralizar e enraizar ainda mais o movimento, aprovamos:

- III Encontro Nacional na Bahia, em maio de 2012.

A Comissão Organizadora Nacional passará a contar com 15 integrantes:

- Altamiro Borges, Conceição Lemes, Conceição Oliveira, Eduardo Guimarães, Paulo Henrique Amorim, Renato Rovai e Rodrigo Vianna (que já compunham a comissão anterior);

- Leandro Fortes (representante do grupo que organizou o II Encontro em Brasília);

- um representante da Bahia (a definir), indicado pela comissão organizadora local do III Encontro;

- Tica Moreno (suplente – Julieta Palmeira), representante de gênero;

- e mais um representante de cada região do país, indicados a partir das comissões regionais (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte). As comissões regionais serão formadas por até dois membros de cada estado, e ficarão responsáveis também por organizar os encontros estaduais e estimular a formação de comissões estaduais e locais.

Os blogueir@s reunidos em Brasília sugerem que, no próximo encontro na Bahia, a Comissão Organizadora Nacional passe por uma ampla renovação.

f) Defender o Movimento Nacional de Democratização da Comunicação, no qual nos incluímos, dando total apoio à luta pela legalização das rádios e TVs comunitárias, e exigindo a distribuição democrática e transparente das concessões dos canais de rádio e TV digital.

g) Democratizar a distribuição de verbas públicas de publicidade, que deve ser baseada não apenas em critérios mercadológicos, mas também em mecanismos que garantam a pluralidade e a diversidade. Estabelecer uma política pública de verbas para blogs.

h) Declarar nosso repúdio às emendas aprovadas na Câmara dos Deputados ao projeto de Lei 4.361/04 (Regulamentação das Lan Houses), principais responsáveis pelos acessos à internet no Brasil, garantindo o acesso à rede de 45 milhões de usuários, segundo a ABCID (Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital).

Brasília, 19 de junho de 2011.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas

Insistir em causas sociais vale a pena. Cheguei pela quarta vez em Brasília, nesta sexta (17), para participar do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Na bagagem roupas suficientes para sobreviver esse fim de semana por aqui e muito entusiasmo em acompanhar as discussões. E tristeza, por outro lado, por não ter conseguido viabilizar a vinda de nenhum outro amazonense para participar.

Entre ganhos e revezes, muita coisa para se contar. A mesa de abertura da atividade mostrou o quão relevante tem se tornado a atuação dos usuários de blog’s e redes sociais para horizontalizar a comunicação e o papel que isso tem jogado diante da ditadura midiática dos oligarcas nacionais. Nada menos que o ex-presidente Lula e o atual ministro das comunicações Paulo Bernardo participaram da atividade.

Na platéia, sentado em meio a centenas de outros, ilustres personagens cujas atuações tornaram possível a comunicação entrar na pauta das grandes discussões do país. Os deputados federais Emiliano José (PT-BA), Luiza Erundina (PSB-SP) e Brizola Neto (PDT-RJ), junto com Altamiro Borges, Renato Rovai, Conceição Oliveira, Venicio Lima e outros.

Tudo isso já esperava. Surpresa mesmo foi a recepção que me foi dada por conta da realização do I Encontro Estadual de Ativistas Digitais do Amazonas, realizado dia 28 de maio. Os comentários entusiasmados da @maria_fro repercutiu muito bem na comissão organizadora da atividade nacional. Aproveito para agradecer aos co-realizadores da etapa estadual, sem os quais projeto não sairia das mentes bem intencionadas.

Enquanto isso, vou me preparando para o segundo dia de atividade. Muita discussão deve rolar para aprovarmos um caderno de propostas avançado e que redunde em muita movimentação nos estados. Nós do Amazonas, já estamos prontos para a tarefa!

sábado, 11 de junho de 2011

O que não dizem sobre Belo Monte

Parte do artigo “Belo Monte, Balbina & Três Gargantas”, de autoria do Secretário de Estado da Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, publicado em 11.05.2010 – Extraído do livro “Amazônia – Esse mundo à parte”, do mesmo autor.


Belo Monte, Balbina e Três Gargantas – comparativo

Balbina, como exposto acima, foi uma irracionalidade sob todos os sentidos e certamente só foi construída porque na época não havia uma legislação ambiental estruturada. Felizmente algumas das tragédias ambientais que prevíamos não se materializaram, como a “podridão” de seu imenso lago de 2.360 km2 pela decomposição da floresta que sucumbiu. O lago é piscoso e não há qualquer fedor aparente, embora alguns articulistas continuem dizendo o contrário, por ignorância ou má-fé.

Belo Monte, como todos sabem, será a terceira maior hidrelétrica do planeta e a segunda do Brasil. Será superada apenas pela chinesa Três Gargantas, construída no rio Yang-Tsé, que tem potência instalada de 18.299 MW, e pela binacional Itaipu, com 14 mil MW de potência instalada.

Seu projeto original também foi questionado por nós. Os estudos de impacto ambiental, a mobilização popular e mais de 20 anos de questionamento e debates públicos fizeram com que a obra se tornasse tecnicamente defensável.

A área inundada, originalmente prevista, era de 1.250 km2 . Foi reduzida para 516 km2 , o que lhe confere o melhor custo-benefício em termos de impacto ambiental. Comparemos: Balbina precisou inundar 9,44 km2 de área para gerar 1 MW; Itaipu gerou cada MW instalado com apenas 0,096km2 e Belo Monte não precisará de mais do que 0,046 km2 por cada um de seus 11.233 MW de potência instalada.

Os 516 km2 de área inundada da hidrelétrica terão repercussão numa região que abrange cinco municípios (Altamira – o maior do mundo, com quase 160 mil km2 -, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu) e cuja área total é de 195.219,815 km2 , o que significa que apenas 0,26% da área será comprometida. Não creio, honestamente, que isso inviabilize qualquer atividade econômica na região.

Três Gargantas, a gigante chinesa, é a que mais se aproxima de Belo Monte em termos de racionalidade da área inundada e megawatts gerados. Com 18.299 MW de potência instalada e uma área inundada de 1/084 km2 , a relação é de 0,059 km2 inundado para cada megawatt gerado.

Mas as semelhanças param por aí. Enquanto a população removida em Belo Monte será de 20 mil, segundo dados oficiais, na área de Três Gargantas serão removidas mais de 1.2 milhão de pessoas. Nada menos do que 160 vilas e cidades inteiras serão tragadas pelo lago de mais de 600 km de extensão. Sítios arqueológicos milenares terão o mesmo destino. Mas os chineses sabem do caráter estratégico da energia para o desenvolvimento das forças produtivas socialistas ou capitalistas e seguiram em frente com a maior hidrelétrica do planeta.

Como se pode ver, nem todos os povos têm o privilégio , como o Brasil, de buscar o suprimento de energia a um custo ambiental relativamente pequeno quando comparado com os demais exemplos aqui mesmo mencionados.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Novo Hino Nacional

Reproduzo abaixo composição do poeta Manoel Assis, declamada na jornada de luta da UNE e da UBES, em 2007, em Manaus. Quis o rumo da vida que eu o reencontrasse durante a eleição passada, ocasião em que ele pediu meu endereço eletrônico e me enviou sua versão do Hino.


Ouviram do Tietê às margens poluídas
De um povo pobre o grito agonizante,
E as leis da impunidade em parágrafos trágicos,
São aprovadas em Brasília neste instante.

Se o Senhor der-nos igualdade
Conseguiremos construir um país forte,
E em teu nome, ó solidariedade,
Que a fome não nos leve à própria morte!

Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!

Brasil, um roubo imenso, um caso típico,
Justiça e seriedade o povo pede,
Se em teu famoso congresso, errôneo e fingido,
A imagem da democracia apodrece.

Gigante pela própria esperteza,
Corrupção e farsa é o teu colosso,
E o teu futuro espelha a incerteza.

Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!

Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!


II PARTE

Dormindo profundamente entre escândalos,
Ao grito da fome e à luz do caos profundo,
Vergonha, ó Brasil porão da América,
Iluminado ao desejo de um novo rumo!

Do que a terra mais sofrida
Teus tristonhos, raros campos não têm flores;
“Nossos desertos não têm vida”,
“Nossa vida” no teu seio “só clamores!”.

Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!

Brasil, a comida do lixo fez-se um símbolo
O pão que sustenta o favelado,
E diga nunca mais pra esta fórmula
- E que o futuro não repita o passado.

Mas se a voz da injustiça for mais forte,
Veremos jorrar sangue nessa luta,
Teu povo está entregue à própria sorte.

Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!

Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!

Manoel Assis
O Poeta da Juventude

Grupo de teatro encena releitura sobre a Ditadura Militar


AI-5, movimento Hippie, clandestinidade, repressão… O ano de 1973 já sinalizava um período crítico e ao mesmo tempo criativo no Brasil. Viviana é uma filha de militar que começa a se relacionar com amigos militantes de esquerda de Leninha, sua melhor amiga. A partir de então há uma transformação de pensamento e atitudes de todos.

É nesse momento do país que a peça “Ainda ontem”, encenada pelo Grupo de Teatro Ação em Cena, apresenta no dia 14 de Junho, no prédio de História da UNINORTE, localizado na rua Frei Lourenço,33, centro, próximo da praça do congresso.

A peça, que será uma das atrações da semana de história da universidade, começa às 19h, com entrada gratuita. A diretora do espetáculo, Taniouska Souza, ressalta a importância de se tratar sobre o assunto: “Ainda existe muito a se falar a respeito de ditadura. O objetivo não é apenas mostrar os fatos que ocorreram nesse período, mas trazer à plateia um pensamento crítico sobre o tema. Os personagens tem ao mesmo tempo uma função artística e didática.”, explica Taniouska.

A pesquisa vai além do questionamento histórico. A música está presente em algumas cenas com uma lista de nomes como Caetano Veloso, Geraldo Vandré e Guilherme Arantes. O figurino, com assinatura de Dione Maciel e Denise Vasconcelos, é outro ponto de destaque.

O espetáculo participou do 6º. Festival de Teatro da Amazônia, realizado em Outubro de 2009. Ao todo foram 6 indicações: melhor figurino, texto,sonosplatia e duas indicações para ator coadjuvante ( Antonio Carlos Junior e Diego Bauer). Além disso recebeu menção honrosa pelo texto e o prêmio de melhor ator coadjuvante para Antonio Carlos Junior.

O grupo retorna em temporada nesse ano e pretende circular por espaços alternativos. Além do elenco renovado a iniciativa pretende apresentações em espaços alternativos e debates sobre o tema. “Ainda Ontem sempre teve como público-alvo estudantes, universitários e público em geral. Pretendemos trabalhar em locais diferentes dos tradicionais palcos da cidade. Queremos ir onde esse público se encontra.” Afirma Taniouska.


Sobre o grupo Ação em Cena


O grupo de Teatro Ação em Cena foi criado há 10 anos e já encenou nos palcos de Manaus clássicos do teatro mundial como os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, e Muito Barulho por nada, De William Shakespeare. Das produções próprias já produziu Pássaro canto cativeiro, com a participação do cantor Pereira, Carmen cabocla, adaptação do musical de Prosper Merimé e Ainda Ontem, de autoria de Taniouska Souza, diretora do Grupo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A queda de Palocci e a salvação do governo

O Brasil assistiu, talvez sem saber, a melhor notícia desde o início do governo Dilma. A queda de Antonio Palocci, então titular da Casa Civil, é um indicativo claro de que as peças no tabuleiro do governo podem serem reposicionadas a partir daqui.

Num português dos brasileiros, podemos dizer que o zigue zague da gestão Dilma pode diminuir a frequência com que vinha desestimulando os setores mais avançados que ajudaram a lhe eleger. Para quem não sabe, Palocci é o homem que garantia os interesses de banqueiros, industriários, oligarcas em geral junto ao governo.

A fotografia inicial do governo Dilma mostra o quanto foi forte a intervenção dele nesses meses. Eleita sob a consígna de "Para o Brasil seguir mudando", a primeira mulher presidente da República entrou para o hall das queridinhas do Partido da Imprensa Golpista (PIG) por aplicar o receituário defendido pelos caciques direitistas do PSDB. Cortou investimentos, deu pouca atenção aos movimentos sociais, que só foram recebidos depois de muita mobilização, anunciou a privatização de aeroportos e por aí caminhava.

Tudo isso deixou os apoiadores progressistas de cabelo em pé. Mesmo sabendo que se trata de um governo em disputa, pois reune em sua base de sustentação desde o PCdoB até setores mais conservadores da política nacional, era inevitável a leitura de que o campo popular estava engasgado nesses primeiros meses de novo governo.

A manchete dos telejornais de hoje (7), no entanto, animam. Mas a saída de Palocci por si só não representa nada. Como tudo na vida, alinhar a atual gestão do governo federal diante das necessidades de milhares de brasileiros camponenses, como Adelino Ramos, ribeirinhos amazônicos e milhares de populares que a elegeram precisa ser construído. Partidos de esquerda e movimentos sociais precisam empreender uma agenda brusca para pautar suas demandas e infiltrá-las na agenda pública, de modo que venham ser atentidas pelos membros do executivo.

Avante, queridos. Essa é a nossa parcela de contribuição para nós mesmos!