terça-feira, 7 de junho de 2011

A queda de Palocci e a salvação do governo

O Brasil assistiu, talvez sem saber, a melhor notícia desde o início do governo Dilma. A queda de Antonio Palocci, então titular da Casa Civil, é um indicativo claro de que as peças no tabuleiro do governo podem serem reposicionadas a partir daqui.

Num português dos brasileiros, podemos dizer que o zigue zague da gestão Dilma pode diminuir a frequência com que vinha desestimulando os setores mais avançados que ajudaram a lhe eleger. Para quem não sabe, Palocci é o homem que garantia os interesses de banqueiros, industriários, oligarcas em geral junto ao governo.

A fotografia inicial do governo Dilma mostra o quanto foi forte a intervenção dele nesses meses. Eleita sob a consígna de "Para o Brasil seguir mudando", a primeira mulher presidente da República entrou para o hall das queridinhas do Partido da Imprensa Golpista (PIG) por aplicar o receituário defendido pelos caciques direitistas do PSDB. Cortou investimentos, deu pouca atenção aos movimentos sociais, que só foram recebidos depois de muita mobilização, anunciou a privatização de aeroportos e por aí caminhava.

Tudo isso deixou os apoiadores progressistas de cabelo em pé. Mesmo sabendo que se trata de um governo em disputa, pois reune em sua base de sustentação desde o PCdoB até setores mais conservadores da política nacional, era inevitável a leitura de que o campo popular estava engasgado nesses primeiros meses de novo governo.

A manchete dos telejornais de hoje (7), no entanto, animam. Mas a saída de Palocci por si só não representa nada. Como tudo na vida, alinhar a atual gestão do governo federal diante das necessidades de milhares de brasileiros camponenses, como Adelino Ramos, ribeirinhos amazônicos e milhares de populares que a elegeram precisa ser construído. Partidos de esquerda e movimentos sociais precisam empreender uma agenda brusca para pautar suas demandas e infiltrá-las na agenda pública, de modo que venham ser atentidas pelos membros do executivo.

Avante, queridos. Essa é a nossa parcela de contribuição para nós mesmos!

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