Reproduzo abaixo composição do poeta Manoel Assis, declamada na jornada de luta da UNE e da UBES, em 2007, em Manaus. Quis o rumo da vida que eu o reencontrasse durante a eleição passada, ocasião em que ele pediu meu endereço eletrônico e me enviou sua versão do Hino.
Ouviram do Tietê às margens poluídas
De um povo pobre o grito agonizante,
E as leis da impunidade em parágrafos trágicos,
São aprovadas em Brasília neste instante.
Se o Senhor der-nos igualdade
Conseguiremos construir um país forte,
E em teu nome, ó solidariedade,
Que a fome não nos leve à própria morte!
Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!
Brasil, um roubo imenso, um caso típico,
Justiça e seriedade o povo pede,
Se em teu famoso congresso, errôneo e fingido,
A imagem da democracia apodrece.
Gigante pela própria esperteza,
Corrupção e farsa é o teu colosso,
E o teu futuro espelha a incerteza.
Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!
Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!
II PARTE
Dormindo profundamente entre escândalos,
Ao grito da fome e à luz do caos profundo,
Vergonha, ó Brasil porão da América,
Iluminado ao desejo de um novo rumo!
Do que a terra mais sofrida
Teus tristonhos, raros campos não têm flores;
“Nossos desertos não têm vida”,
“Nossa vida” no teu seio “só clamores!”.
Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!
Brasil, a comida do lixo fez-se um símbolo
O pão que sustenta o favelado,
E diga nunca mais pra esta fórmula
- E que o futuro não repita o passado.
Mas se a voz da injustiça for mais forte,
Veremos jorrar sangue nessa luta,
Teu povo está entregue à própria sorte.
Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!
Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!
Manoel Assis
O Poeta da Juventude
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