domingo, 26 de junho de 2011

Código Florestal: o furo que a mídia não deu

O debate sobre a revisão do Código Florestal reacendeu a chama dos grandes debates políticos no Brasil. Afora a despolitização que tem precipitado posicionamentos tão rápidos quanto infundados - característica predominante na geração Google -, o assunto retoma polêmicas e disputas entre setores antagônicos na sociedade.

E para manter a tradição, a grande mídia entrou no assunto com opinião evidente. Durante o período em que as discussões se acirraram na Câmara dos Deputados, um especial sobre o meio ambiente foi exibido na Globo e outras emissoras tiveram iniciativas semelhantes. Crimes ambientais, desmatamentos e afins predominaram enquanto conteúdo. Tudo montadinho para gerar um certo receio na população e jogá-la de contra ao novo Código.

Mas como em todo jogo, os times em disputas têm suas surpresas guardadas na manga. Angustiado pela onda de ataques da grande mídia e pseudo-ambientalistas, o relator das alterações do Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), perdeu a calma que lhe é habitual e disparou contra Marina Silva. Denunciou o envolvimento do marido da ex-ministra com o contrabando de madeira em discurso aplaudidíssimo na Câmara.

Apesar da gravidade da denúncia, nada foi apurado pelo jornalismo das grandes emissoras de TV. Nem mesmo a qualidade de quem a emitiu - Aldo era líder do governo à época - gerou a inquietação necessária para um trabalho de campo.

Quais as razões do silêncio? Seria porquê, uma vez comprovada, a acusação desqualificaria as argumentações de Marina Silva, a campanha midiática da grande imprensa e de quebra ferraria as ONG's internacionais?

Um comentário:

Eduardo Oliveira disse...

Oi, Anderson. Dei uma navegada aqui pelo blog e gostei das tuas leituras. Mas, obviamente, algumas coisas me chamaram a atenção. Neste post em especial, cito a "qualidade" do Aldo Rebelo. Falando muito francamente, é impossível levá-lo à sério. Há dois anos, desde que o Código começou a ser discutido, tudo o que ele tem feito é mentir e defender interesses daqueles que querem aumentar o tamanho de seus latifúndios. Trabalho no WWF-Brasil e tenho acompanhado esta história com razoável assiduidade e não vi nada coerente nele: nem em suas palavras nem em seus gestos. Além disso, se essa questão do marido de Marina Silva for mesmo pra valer, porque revelar isso só agora? Veja bem: não estou defendendo fulano ou sicrano - mas é preciso saber onde se pisa e com quem se lida. Aldo não é um parlamentar confiável e atribuir a ele algum tipo de prestígio ético ou moral é perigoso, para dizer o mínimo. Abraços,